Treinando o olhar
“Fotografar também impõe um olhar analítico, um olhar selecionador, um olhar julgador e não um olhar distraído.” Ivan de Almeida
Sair numa Caminhada Fotográfica pressupõe que há um objetivo, ainda que seja “apenas” o prazer de fotografar, ou o prazer de caminhar. Mas, pensemos: O que é que desejamos ter, como resultado dessa manhã investida na nossa Caminhada? Fotos “cartão postal”? Fotos em que se privilegiem os detalhes? Fotos do que “não está bom” (foto-denúncia)? Fotos de pessoas? De monumentos? Somos 15 amantes da fotografia, são 15 olhares diferentes, 15 cabeças a pensar sobre um mesmo tema, fazer um mesmo caminho, mas certamente com 15 resultados diferentes.
“Consta que o Henry Cartier-Bresson costumava olhar suas provas de cabeça para baixo para não ser perturbado pela coisa retratada ao analisar a composição. Olhando de ponta-cabeça ele via menos a coisa –o referente- e mais o jogo visual de linhas, massas claras e escuras, etc. É muito interessante como isso guarda semelhança com o desenho “com o lado direito do cérebro”. Separar a representação da análise formal tem sido, para todas as gerações de artistas visuais, o grande desafio. A fotografia é feita de um objeto, mas constitui uma coisa própria, regida por leis próprias, e olhar fotográfico é análise formal, é tornar consciente a percepção visual, e aplicar essa consciência ao enquadrar o mundo no retângulo.”
Vamos nos esforçar para treinar o olhar, e enquadrar o mundo que vemos no retângulo mágico de nossas câmeras, que pode ter o tamanho que quisermos que tenha.
De maneira prática, numa saída dessas, podemos contar com os seguintes elementos para fotografar: A natureza, a arquitetura, as pessoas, as circunstâncias impossíveis de serem controladas e a junção do que se tem com o que se pensa fotografar. Serão fotos externas, então teremos que contar com a colaboração do clima, da luz (dura ou difusa), do vento…
Podemos – e devemos – ajudar uns aos outros. Seja atuando como fotógrafos auxiliares, iluminadores, ou mesmo modelos. Não precisamos disputar o melhor ângulo, excluir os outros fotógrafos da nossa foto, pelo contrário: observar o fazer fotográfico do outro pode ser um bom tema – aliás, acho que será o meu!
Não tenha medo de experimentar coisas novas, de explorar as possibilidades do seu equipamento, de sair do “automático” para o manual, de tentar entender as razões pelas quais aquela foto saiu “boa” ou não.
Vamos nos ajudar, o quanto pudermos, e certamente nossa exposição final será deliciosa!
Até amanhã!
Que pena que não estou ai!!! Ilhéus podia ser mais perto. Quem sabe na proxima!
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